TERRA PRETA DE ÍNDIO

Indian Black Earth


© Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo


A “terra preta de índio” é um solo antrópico altamente fértil e rico em carbono encontrado em toda a Amazônia. Formada entre 500 e 2500 anos atrás, é evidência arqueológica de sistemas agroflorestais tradicionais de antigas civilizações indígenas.

Dada sua alta fertilidade e sua capacidade de retenção de carbono, a terra preta é hoje considerada um importante instrumento para mitigar as mudanças climáticas globais. A ciência está desenvolvendo maneiras de produzi-la artificialmente sob o nome de “biochar”; corporações estão patenteando e comercializando o “biochar”, o que ONGs ambientais e organizações indígenas denunciam como biopirataria.

A amostra de “biochar” em exposição foi adquirida de uma empresa europeia. Atesta a contemporaneidade ecológica das tecnologias indígenas, ao mesmo tempo que mostra como o Antropoceno está impulsionando novas formas de extração colonial de conhecimento e patrimônio.
Terra Preta de Índio [Indian Black Earth], more commonly known as “Amazonian Dark Earths”, is a highly fertile and carbon-rich anthropic soil encountered throughout Amazonia. Formed between 500 to 2500 years ago, it results from traditional agroforestry systems of ancient Indigenous civilizations.

Given its high fertility and capacity to retain carbon, terra preta is considered an important instrument to mitigate global climate change. Scientists are developing ways of producing it artificially under the name “biochar”; corporations are patenting and commercializing “biochar”, which environmental NGOs and Indigenous organizations decry as biopiracy.

The sample of “biochar” in exhibit was acquired from an European company. It testifies to the ecological contemporaneity of Indigenous techniques, it also expresses how the Anthropocene is driving new forms of colonial extraction of land, knowledge and heritage.