CACHOEIRA IAUARETÊ
(CACHOEIRA DAS ONÇAS)
Inscrições rupestres na Cachoeira de Iauaretê, 2005, © Vincent Carelli/Vídeo nas Aldeias
Para as quatorze etnias Tukano, Aruak e Maku que habitam o Alto Rio Negro, a Cachoeira do Iauaretê – “Cachoeira das Onças” – constitui um lugar sagrado. As águas, pedras e ilhas que compõem a cachoeira trazem inscritas a história de origem e ocupação dos povos indígenas nas florestas da Amazônia ocidental, narrando a criação de seres humanos, plantas, animais e espíritos que dão vida e história a esses territórios.
Como resultado de uma mobilização liderada pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), a Cachoeira de Iauaretê foi reconhecida como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2006. Seu reconhecimento é definido como “Lugar de Referência”, categoria que se insere no inventário chamado de “Livro dos Lugares”.
Este reconhecimento é paradigmático dentro das práticas patrimoniais, historicamente voltadas para a consolidação de uma narrativa eurocêntrica das tradições artísticas e culturais brasileiras. Aponta para uma reconfiguração de-colonial do conceito de patrimônio que rompe com a divisão natureza-cultura herdada do pensamento ocidental.
Como resultado de uma mobilização liderada pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), a Cachoeira de Iauaretê foi reconhecida como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2006. Seu reconhecimento é definido como “Lugar de Referência”, categoria que se insere no inventário chamado de “Livro dos Lugares”.
Este reconhecimento é paradigmático dentro das práticas patrimoniais, historicamente voltadas para a consolidação de uma narrativa eurocêntrica das tradições artísticas e culturais brasileiras. Aponta para uma reconfiguração de-colonial do conceito de patrimônio que rompe com a divisão natureza-cultura herdada do pensamento ocidental.
For the fourteen Tukano, Aruak and Maku ethnic groups who inhabit Alto Rio Negro, the Cachoeira do Iauaretê—translated as Cachoeira das Onças—is a sacred ancestral place. The waters, stones and islands that make up the waterfall carry inscribed the history of the origin and settling of Indigenous peoples in the forests of western Amazonia, narrating the emergence of the creation of humanity, plants, animals, spirits that are the life and history of these territories.
As a result of a mobilization led by the Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro [Federation of Indigenous Organizations of Rio Negro] (FOIRN), the Cachoeira de Iauaretê was recognized as a cultural heritage site by Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [National Historic and Artistic Heritage Institute] (IPHAN) in 2006. Its recognition is defined as a Place of Reference, a category that is part of the inventory called the “Book of Places”.
This recognition is paradigmatic of heritage practices which have historically focused on the consolidation of eurocentric narrative of Brazilian artistic and cultural traditions. Signaling a decolonial reconfiguration of the concept of heritage beyond the nature-culture division inherited from western thought.
As a result of a mobilization led by the Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro [Federation of Indigenous Organizations of Rio Negro] (FOIRN), the Cachoeira de Iauaretê was recognized as a cultural heritage site by Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [National Historic and Artistic Heritage Institute] (IPHAN) in 2006. Its recognition is defined as a Place of Reference, a category that is part of the inventory called the “Book of Places”.
This recognition is paradigmatic of heritage practices which have historically focused on the consolidation of eurocentric narrative of Brazilian artistic and cultural traditions. Signaling a decolonial reconfiguration of the concept of heritage beyond the nature-culture division inherited from western thought.
© Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São PauloVídeo nas Aldeias, Iauaretê, Cachoeira das Onças (video, 2006, 21’, trechos)
Realizado como parte do processo de reconhecimento patrimonial pelo IPHAN, este documentário mostra o relato mítico da Cachoeira do Iauaretê por anciãos Tariano, incluindo os sábios Adriano de Jesus, Pedro de Jesus e Luis Aguiar. Documenta a luta das comunidades indígenas por reconhecimento cultural e pela repatriação de objetos sagrados de um museu missionário na cidade de Manaus.
Realizado como parte do processo de reconhecimento patrimonial pelo IPHAN, este documentário mostra o relato mítico da Cachoeira do Iauaretê por anciãos Tariano, incluindo os sábios Adriano de Jesus, Pedro de Jesus e Luis Aguiar. Documenta a luta das comunidades indígenas por reconhecimento cultural e pela repatriação de objetos sagrados de um museu missionário na cidade de Manaus.
Cachoeira do Iauaretê, Cachoeira das Onças, 2006, 20'57’’, excerpts
Produced as part of the process of heritage recognition by Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [National Historic and Artistic Heritage Institute] (IPHAN), this documentary shows the mythical story of the Cachoeira do Iauaretê told by Tariano elders, including the sages Adriano de Jesus, Pedro de Jesus and Luis Aguiar, who narrate the Indigenous communities' struggle for cultural recognition and for the repatriation of sacred objects kept for years in a missionary museum in the city of Manaus.
Produced as part of the process of heritage recognition by Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [National Historic and Artistic Heritage Institute] (IPHAN), this documentary shows the mythical story of the Cachoeira do Iauaretê told by Tariano elders, including the sages Adriano de Jesus, Pedro de Jesus and Luis Aguiar, who narrate the Indigenous communities' struggle for cultural recognition and for the repatriation of sacred objects kept for years in a missionary museum in the city of Manaus.
